Ilha do Maracujá
VISÃO GERAL
A ilha do Maracujá se localiza entre os municípios de Belém e do Acará. Pela divisão estadual a ilha pertence ao Acará, mas a Prefeitura de Belém também a reconhece como parte sua. A ilha é um território rural com aproximadamente 135 famílias. A ocupação é ribeirinha e na economia predominam práticas extrativistas como a coleta de cacau e açaí. Os produtos são vendidos em feiras e portos de Belém, e também utilizados para consumo das próprias famílias. Além da identidade ribeirinha, parte dos moradores se autodeclara quilombola, ainda que o território não seja oficialmente reconhecido. Em 2018 foi criada a Associação Quilombola dos Moradores Ribeirinhos das Ilhas do Maracujá Juçara e Jenipauba, que auxilia na entrada de estudantes na Universidade através do processo seletivo especial quilombola. A ilha é acessada somente pelo rio, e sua condição de isolamento permite maior controle da comunidade sobre a ocupação da terra, para que os lotes não sejam vendidos para pessoas de fora. Pela condição insular com influência de marinha, a ilha pertence à União (terra federal). Desde 2008 a ilha foi demarcada como Projeto de Assentamento Agroextrativista pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. No mesmo ano foram divididos os lotes e formalizados em condição de posse.
TÓPICO CENTRAL
A ilha do Maracujá possui ocupação tradicional ribeirinha e seus moradores têm uma forte relação com a natureza. O rio é a forma de acesso e também de obtenção de alimentos, e a floresta preservada no interior da ilha é manejada para práticas extrativistas. O projeto de contra-cartografia pode auxiliar na identificação da dinâmica das associações e movimentos existentes na ilha, bem como posicionar a trajetória de ocupação ribeirinha em relação a outras ilhas de Belém que já passam por transformações de uso da terra e apropriação por agentes externos. Desse modo é possível identificar fluxos, pontos de contato, convergências e aproximações da ocupação tradicional com outras práticas urbanas.
TESTEMUNHO PESSOAL
Nome a ser confirmado
Nossa comunidade é receptiva com todos os visitantes, temos muitas coisas que precisam ser vistas, temos uma fauna e uma flora bem preservadas e isso nos orgulha bastante. Somos esquecidos pelo poder público e talvez seja esse o motivo de estarmos de certa forma "escondidos" ou pouco vistos, seja nas redes ou em documentários, revistas etc. Nossa comunidade tem muito potencial turístico que precisa ser visto com outros olhos e receber investimentos em infraestrutura e outras coisas.