Comunidades Quilombolas na RMBH
As comunidades identificadas foram Arturos, Irmandade Nossa Senhora Do Rosário, Luízes, Mangueiras, Marinhos, Ngunzo Kaiango, Pinhões, Rodrigues, Sapé e Vila Teixeira Soares (Quilombo Souza). Este foi um levantamento preliminar e não pretende esgotar a diversidade nem todas as comunidades existentes na região. As informações foram retiradas de fontes diversas.
Arturos
A comunidade negra Arturos descende de Camilo Silvério da Silva que, em meados do século XIX, chegou ao Brasil num navio negreiro vindo de Angola. [...] Hoje, em sua quarta geração, fazem parte da comunidade 80 famílias, cerca de 500 pessoas. A comunidade oferece um retrato da identidade cultural e das tradições dos negros africanos trazidos para o Brasil no período escravagista, bem como da miscigenação com a cultura portuguesa, que deu origem a um sincretismo que ora se comemora isoladamente, ora em companhia das comunidades que vivem a seu redor.
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Fonte: Comunidade Negra dos Arturos, Prefeitura de Contagem.
Disponível em: <http://www.contagem.mg.gov.br/?es=patrimonio_historico&artigo=586594>. Acesso em: 27/04/2021
Irmandade Nossa Senhora do Rosário
A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário com 126 anos de Existência em Ribeirão das Neves, mantém-se como pilar da resistência do povo negro no município. Constituindo-se uma matriz identitária de fundamental importância para os afrodescendentes. Tendo na festa em honra a Nossa Senhora do Rosário seu principal símbolo de resistência.
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Fonte: Quilombo de Nossa Senhora do Rosário, Museus BR.
Disponível em: <http://museus.cultura.gov.br/espaco/9747/>. Acesso em: 27/04/2021
Luízes
A história da comunidade e de seu território, obtido por meio de compra ou doação, remonta ao ano de 1895, período no qual se iniciava a construção de Belo Horizonte, o que evidencia o enlace entre as histórias dos Luízes e do próprio município. O quilombo é formado, atualmente, por descendentes da quarta até a sétima geração do casal Maria Luiza Luiza (1886 – 1971) e Vitalino. No terreno de cerca de 2,3 mil m² existem 30 casas, onde vivem 80 pessoas.
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Fonte: Comunidades quilombolas de Belo Horizonte viram patrimônio cultural municipal, CEDEFES, 2017.
Disponível em: <https://www.cedefes.org.br/comunidades-quilombolas-de-belo-horizonte-viram-patrimonio-cultural-municipal/>. Acesso em: 27/04/2021
Mangueiras
Os primeiros moradores da região eram, provavelmente, negros que trabalhavam nas regiões de Sabará e Santa Luzia, cidades vizinhas que se desenvolveram no século XVIII com a mineração do ouro. O terreno em que vivem foi doado pela família Werneck, em 1932, à matriarca do grupo, dona Maria Bárbara. A família de Maria Bárbara trabalhava na fazenda e teve a gleba cedida pelos fazendeiros. A comunidade já foi reconhecida como quilombola pela Fundação Cultural Palmares. Há processo tramitando no Incra para regularização das suas terras. [...] Há em Mangueiras 16 casas, com aproximadamente 20 famílias e 65 pessoas.
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Fonte: Mangueiras, CEDEFES, 2010.
Disponível em: <https://www.cedefes.org.br/projetos_realizados-51/ >. Acesso em: 27/04/2021
Marinhos
A comunidade de remanescentes quilombolas de Marinhos é marcada pela hospitalidade de seus moradores e pelos seus costumes e tradições afrodescendentes.
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Fonte: Igreja De Nossa Senhora Da Conceição (Marinhos), Visite Brumadinho.
Disponível em: <https://visite.brumadinho.mg.gov.br/descubra-brumadinho/CULTURA/51/>. Acesso em: 27/04/21.
Ngunzo Kaiango
A Comunidade Manzo Ngunzo Kaiango, que se auto referência como quilombola, foi fundada na década de 1970 por Mãe Efigênia. Sustenta práticas sociais e culturais específicas, fundamentadas, principalmente, na religiosidade de matriz africana, que é compartilhada entre seus membros. A Comunidade possui sua identidade e território indissociáveis, e o terreiro é percebido e experimentado como o centro vital do grupo. Conforma uma cultura diferenciada e uma organização social própria, que constituem patrimônio cultural afro-brasileiro. Em outubro de 2018, a Comunidade Quilombola Manzo Ngunzo Kaiango foi registrada como Patrimônio Cultural do estado de Minas Gerais, na categoria de lugares.
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Site: http://www.kilombomanzo.org/
Facebook: https://www.facebook.com/KilomboManzoKaiango/
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Fonte: Comunidade Manzo Ngunzo Kaiango, IEPHA Minas Gerais.
Disponível em: <http://www.iepha.mg.gov.br/index.php/programas-e-acoes/patrimonio-cultural-protegido/bens-registrados/details/2/7/bens-registrados-comunidade-quilombola-manzo-ngunzo-kaiango>. Acesso em: 27/04/2021
Pinhões
Segundo os moradores do distrito, há aproximadamente 380 famílias no local. As casas estão distribuídas no entorno da igreja de Nossa Senhora do Rosário e da rua principal, que liga o centro até a rodovia que leva à cidade de Jaboticatubas. [...] O nome “Pinhões” foi colocado pelos antigos moradores, em decorrência da abundância de uma árvore que produz um fruto chamado pinhão. [...] A prática da benzeção é muito comum entre os moradores, mas a atividade das parteiras cessou pela modernidade e pelo acesso ao atendimento médico.
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Fonte: Pinhões, CEDEFES, 2010.
Disponível em: <https://www.cedefes.org.br/projetos_realizados-36/>. Acesso em: 27/04/2021
Ribeirão
Localizada no Distrito de São José do Paraopeba, município de Brumadinho em Minas Gerais, próximo do Aranha e das comunidades quilombolas de Marinhos e Sapé, com quais mantém uma boa articulação. [...] Anteriormente denominada com Ponte de Pedra, esta comunidade teve seu nome alterado para Ribeirão em função do rio que a margeia. No passado, havia ali uma ponte que permitia o acesso às terras. O Ribeirão era tanto fonte de água que abastecia a comunidade quanto local onde as mulheres lavavam roupa, cantando enquanto executavam tal ato. Hoje, contudo, não se lava mais a roupa no rio e todos têm poço artesiano para o consumo de água.
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Fonte: Caracterização da Comunidade Quilombola de Ribeirão (Município de Brumadinho – MG), iBase, 2012.
Rodrigues
A comunidade quilombola de Rodrigues está situada em uma antiga fazenda. [...] A fazenda pertencia a dois irmãos: José e João Rodrigues. Os moradores mais antigos da comunidade permaneceram na terra após o fim da fazenda, enquanto outros vieram do Quilombo do Sapé e de São José do Paraopeba. As primeiras famílias são: os Justino, os Souza e os Marques.
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Fonte: Diagnóstico Social Participativo Da Comunidade Quilombola De Rodrigues, Município De Brumadinho - MG, iBase, 2011.
Sapé
A ocupação da região teria surgido quando o fazendeiro e dono de escravos Jacinto Gomes do Carmo, doou uma pequena propriedade ao seu ex-escravo João Borges. Passado algum tempo outros negros da região foram morar nas proximidades em casas feitas de pau a pique e sapé, daí a origem do nome “sapé”, dando assim origem ao quilombo. Com uma rica cultura afro-brasileira, as comunidades que compõem o Quilombo do Sapé mantêm vivas e atuantes suas tradições e costumes, fazendo da localidade um símbolo da cultura e memória afro-brasileira ainda preservados em Brumadinho.
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Fonte: Sítio Histórico Quilombo do Sapé, Minas Gerais.
Disponível em: <https://www.minasgerais.com.br/pt/atracoes/brumadinho/sitio-historico-quilombo-do-sape>. Acesso em: 27/04/2021
Vila Teixeira Soares (Quilombo Souza)
A Vila Teixeira Soares, também conhecida como Quilombo Souza, trata-se de um terreno no Bairro Santa Tereza onde estão 14 moradias ocupadas por 33 pessoas descendentes do casal Petronillo de Souza e Elisa de Souza. Segundo consta no documento Realização de Estudo para Dossiê de Registro Kilombo Família Souza (REKFS, 2020), Petronillo nasceu em 1879 em Além Paraíba, MG, e casou-se com Elisa em 1902. O casal migrou para Belo Horizonte em 1910 e em 1923, a propriedade onde está localizado o quilombo foi adquirida. Em novembro de 2020, o terreno foi registrado como quilombo pela prefeitura de Belo Horizonte.
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Fonte: Quilombo Souza é registrado como cultural imaterial de BH, 2020.
Disponível em: <https://prefeitura.pbh.gov.br/noticias/quilombo-souza-e-registrado-como-patrimonio-cultural-imaterial-de-bh> Acesso em: 29/04/2021