Oficina Produção de Mapas
Durante o desenvolvimento dos diferentes Grupos de Trabalho (GTs) da pesquisa, surgiu a necessidade e demanda de produzir mapas para sistematizar e consolidar os dados coletados no âmbito de cada um deles, bem como cartazes que circulassem entre os indígenas e as escolas das diferentes aldeias.
Em paralelo a essa produção, a Oficina Produção de Mapas surgiu como um desdobramento do GT Sistematização das Experiências do Monitoramento e Contra-cartografias que visava, entre outras coisas, apresentar aos indígenas as ferramentas utilizadas no processo de pesquisa, possibilitando assim sua apropriação e mesmo intervenção naquilo que vinha sendo produzido. A oficina se deu em três encontros durante o mês de maio. Foi conduzida por um arquiteto e doutorando em arquitetura, um graduando em arquitetura e urbanismo e acompanhada por uma extensionista, todos da equipe do projeto UFMG-IFNMG/UFPA/Univ. Sheffield. No primeiro encontro, em consequência da pergunta de uma das participantes indígenas, discutimos o significado do termo contra-cartografia, situando melhor a Oficina. Introduzimos também o software Qgis, apresentando sua interface e ferramentas básicas, utilizando como base os dados levantados pelo GT Educação e Saúde. No segundo encontro, seguimos na exploração desses dados e em sua representação, gerando um mapa com o número de hipertensos por pólo de saúde. No desfecho, imprimimos esse mapa digitalmente de forma a comunicar aos Xakriabá a possibilidade de criação de material para discussão interna ou externa. No terceiro e último encontro abordamos os cartazes que estavam sendo produzidos para o GT Gestão do Território e Economia, ampliando o conceito de contra-cartografia ao desvinculá-lo do mapa e enfatizando sua possibilidade de expressão em diferentes plataformas, linguagens e realidades. Exploramos o software Adobe Illustrator e o site www.canva.com como ferramentas possíveis para uso dos indígenas. Neste mesmo encontro, um outro pesquisador da equipe, também arquiteto, apresentou plataformas, como o Google Earth e o Mymaps, que possibilitariam um mapeamento comunitário entre os indígenas.
Em termos gerais, os três encontros possibilitaram apresentar, ainda que de forma preliminar, as principais ferramentas utilizadas na pesquisa para o processamento, em imagens, dos dados produzidos pelos Xakriabá. Os encontros também buscaram preencher a lacuna entre o levantamento de dados e sua expressão gráfica, desvelando os meios pelos quais os pesquisadores os processam e, em última instância, informando a possibilidade de os próprios indígenas se apropriarem deles.
Abaixo o mapa produzido durante o segundo encontro desta oficina, utilizando dados levantados pelo GT Educação e Saúde.